quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Pomar

Pomar
Henriqueta Lisboa


Menino - madruga
o pomar não foge!
(pitangas maduras
dão água na boca.)

Menino descalço
Não olha onde pisa.
Trepa pelas árvores
Agarrando pêssegos.
(Pêssegos macios
como paina e flor.
Dentadas de gosto!)


Menino, cuidado,
jabuticabeiras
novinhas em folha
não agüentam peso.



Rebrilha, cem olhos
agrupados, negros.
E as frutas estalam
- espuma de vidro -
nos lábios de rosa.
Menino guloso!



Menino guloso,
Ontem vi um figo
mesmo que um veludo,
redondo, polpudo,
E disse: este é meu!
Meu figo onde está?

-passarinho comeu,
passarinho comeu...

Esse poema de Henriqueta Lisboa faz parte do livro O Menino poeta, que está sendo relançado nessa sexta-feira em Belo Horizonte e no sábado e domingo no Rio de Janeiro. A Editora Peirópolis caprichou na publicação e ainda incluiu ilustrações de Nelson Cruz, prefácio do grande poeta Bartolomeu Campos de Queirós e posfácio de Gabriela Mistral. O livro ficou uma jóia !

E esse poema só entrou aqui, porque, se eu pudesse, diria pra esse menino da Henriqueta:

- se lá na sua casa tivesse uma Dinha Lete, ou uma tia Cecy, passarinho não comia nada. Lá em casa, toda fruta da horta (a gente nunca falava pomar, falava mesmo era horta) virava doce, geleia, suco ou acabava nos bolos.



4 comentários:

  1. Oi Rosaly, quanto tempo hein?

    Não se trata de um palpite ou até mesmo de uma receita nova, mas sua iniciativa foi 10. Parabéns! Tudo lindo e de muito bom gosto.

    Fiquei muito feliz de vê-la, mesmo que tenha sido aqui pela telinha...rsrsrs!!!

    Avante e sucesso!!!

    Flávio Brito
    Sebrae -MG

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  2. Gente eu nem entendi a moral da poesia se voces souberem postem ai que eu presiso fazer um trabalho sobre isse "Pomar" O.o hihihi

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  3. Poesia não tem "moral". Poesia é para encantar, fazer viajar... se deliciar!

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  4. Quando a autora diz "passarinho comeu" ela falou de uma ave ou do menino?

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