sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

no sul de Minas


Uma semana antes do lançamento do Quitandas de Minas, receitas de familia e histórias em BH, recebi um convite pra lá de especial (de alguém pra lá de especial também), para ir conhecer as cidades do Sul de Minas: Caxambu e São Lourenço. Em Caxambu estava acontecendo a 31ª reunião da Anped (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação) e o Paulo Praxedes que estava lá representando o INEP fez questão da minha presença para autografar o Quitandas, que estava sendo vendido por lá e já fazia sucesso. Paulo é de Januária, cidade que fica à beira do Rio S. Francisco e mora atualmente em Brasília.


Reparei que Minas são mesmo muitas, como já disse Guimarães Rosa. Mas algumas das características definem bem o mineiro: povo hospitaleiro, fazedor de boa comida e muitos doces, muitas quitandas, que gosta de prosear e contar casos. Por ali, no sul de Minas há a maior plantação de café do Brasil e é fácil encontar essa combinação mais que perfeita: cafés e quitandas. Lá a gente encontra Quitandas nos dois sentidos: as vendinhas de frutas e os doces, biscoitos e pães tão saborosos, e feitos com tanta maestria.


Em São Lourenço ficamos hospedados no Hotel Guanabana. O café da manhã tinha a melhor broinha de fubá de canjica que já experimentei da vida: olha ela ai, que levamos pra Caxambu na bolsa:





A receita dessa broinha especialíssima é feita pelo
talentoso José Fernando Sobral, que trabalha no hotel.
Eu vou postar a receita aqui toda explicadinha pra você experimentar fazer. Aguarde!




Nos passeios que fizemos pelo belíssimo Parque das Águas de São Lourenço há sete fontes de águas terapêuticas, muito verde, um balneário onde se pode relaxar com banhos e massagens deliciosas entre outras coisas e num cantinho super simpático uma estante com livros bem variados para que as pessoas se deleitem também com a literatura. Lá encontramos um livro do Rubem Alves que também é mineiro, dali pertinho - de Boa Esperança - que tem um dos textos mais explicativos sobre o que é a cozinha para os mineiros. Trechos desse texto abre um capítulo no Quitandas de Minas, receitas de família e histórias porque ilustra bem a cozinha da casa em que cresci: a casa da Vovó Naná e do Vovô Zezé.


"Seria tão bom, como já foi...", diz a Adélia. A alma mineira vive de saudade. Tenho saudade do que já foi, as velhas cozinhas de Minas, com seus fogões de lenha, cascas de laranja secas, penduradas, para acender o fogo, bule de café sobre a chapa, lenha crepitando no fogo, o cheiro bom da fumaça, rostos vermelhos. Minha alma tem saudades dessas cozinhas antigas...”

“ Nas casas de Minas a cozinha ficava no fim da casa. Ficava no fim não por ser menos importante mas para ser protegida da presença de intrusos. Cozinha era intimidade. E também para ficar mais próxima do outro lugar de sonhos, a horta-jardim. Pois os jardins ficavam atrás. Lá estavam os manacás, o jasmim do imperador, as jabuticabeiras, laranjeiras e hortaliças. Era fácil sair da cozinha para colher chuchu, quiabo, abobrinhas, salsa, cebolinha, tomatinhos vermelhos, hortelã e, nas noites frias, folhas de laranjeira para fazer chá.”

O texto completo, pra você conferir e se identificar está no link: http://www.rubemalves.com.br/cozinha.htm




2 comentários:

  1. Vc pode me enviar a receitas dessas broinhas de fubá? Desde já agradeço. Grande abraço. Aily
    meu email:em.duarte@terra.com.br

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  2. Olá Aily, a receita da broinha está no post seguinte... um abraço, continue acompanhando o Quitandas de Minas.

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