terça-feira, 24 de agosto de 2010

+ inhame e a receita de Pão de queijo

Originário do sudeste asiático, o inhame (Colocasia esculenta) é cultivado desde a antiguidade, e por suas propriedades medicinais, tido como sagrado pelos orientais e povos mais antigos. Foi trazido para o Brasil ainda no período colonial das ilhas de Cabo Verde e São Tomé, pelos navegadores portugueses.

Dependendo da região varia de nome: no nordeste o cará é conhecido como inhame; no Sudeste, o inhame é completamente diferente do cará. Pelo mundo afora a nomenclatura também varia: taro, taró (espanhol, alemão, francês, russo), sato-imô (japonês), toran (coréia), kalo (no Havaí), callaloo, coco ou coco-yam (na Polinésia), ñame ou otoe na América Central, albi, (na Índia), malanga ou yautia (no Caribe), por isso pesquisadores sugeriram que o inhame passe a ser denominado como taro, nome mais usado pelo mundo.

Alimento energético, rico em fibras e Vitaminas A, B, C; cálcio, ferro, fósforo, magnésio, amido, betacaroteno, o inhame tem grande poder depurativo, é desintoxicante e anti-inflamatório além de combater os radicais livres. Fortalece o sistema imunológico, fortificando os gânglios linfáticos, combatendo infecções e tumores. Por isso é recomendado no tratamento de diversas doenças, como reumatismo, artrite, ácido úrico, sinusites, pleurisias, nevralgias, neurites, eczemas, inflamações de hemorróidas, apendicites, viroses e micoses.

O inhame pode ser utilizado na forma de cataplasma para tratar furúnculos, abscessos, quistos sebáceos, verrugas, espinhas insistentes, para retirada de farpas ou cacos de vidro que entram nas mãos ou nos pés, porque ajuda na cicatrização de feridas, eczemas, espinhas e até auxiliar a reduzir o inchaço e a dor após fraturas ou queimaduras; dizem que até mesmo para cuidar de unha encravada, o danado é bom.


Foi durante muito tempo empregado no tratamento contra sífilis. Acredita-se, ainda hoje, que seja recomendado na prevenção de doenças como dengue, malária e febre amarela e porque tem fitoestrógenos, é indicado para aumentar a fertilidade em mulheres, no tratamento da tensão pré-menstrual e para amenizar os sintomas da menopausa, além de estimular a libido. Mas há quem conteste, cuidado! . De qualquer forma, por ser um alimento barato e que rende muito, vamos aproveitar, porque alimemto natural ainda é muito melhor que o alimento industrializado.

A receita a seguir é uma das dez receitas do mais autêntico pão de queijo mineiro do livro Quitandas de Minas:

Pão de queijo com inhame

6 inhames de tamanho médio e cozidos
3 xícaras de polvilho doce
3 xícaras de queijo-de-minas ralado
3 colheres (sopa) de margarina
2 colheres (sopa) de iogurte natural
1 pitada de sal

Modo de fazer:

Numa gamela, espremer o inhame ainda quente. Juntar os demais ingredientes, amassando bem até a massa ficar homogênea. Fazer os pãezinhos e levar para assar num tabuleiro untado com margarina, em forno médio por aproximadamente 30 minutos.

Não tem erro! Além de deliciosa é mais nutritiva!



quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O Inhame

No meu tempo de criança, naquele casarão imenso, onde havia um quintal maior ainda, a gente colhia as frutas e quase tudo que se comia. Inhame era uma coisa que a Dinha Lete cozinhava sempre, porque era produzido ali mesmo e ela sabia o quanto era bom pra saúde. Normalmente era usado na sopa, ou cozido como um dos legumes do almoço. Não me lembro de gostar muito do inhame, mas de a Dinha Lete falar sempre o quanto aquele legume esquisito era super benéfico:


- limpa o sangue, menina, come! Engrossa as pernas e faz a gente ficar mais bonita!


(a Dinha também era muito vaidosa, olha ela aí com um "pega-rapaz")

O pé (ou moita) do inhame ficava no meio das taiobas (são da mesma família) e para diferenciar um do outro a gente escolhia as folhas que tinham uma pinta marrom no centro. Era a marca do inhame chinês, o mais saudável. Dai, cortar aquela moita e levar as batatas, a raiz. As folhas eram dadas para as galinhas, ou aos porcos, mas pode ser comida pelos humanos, preparada refogada ou cozida. Às vezes pica muito, como a taioba.

Lembro que havia uma moita grande perto do pé de jabuticaba, ao lado da pitangueira, lugar mais úmido e adubado do terreno. Ali perto eram jogados os restos orgânicos da cozinha. Pura sabedoria da teoria de Lasoivier: Na Natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma sem saber que isso viraria campanha mundial pra salvação do planeta. (Foi de viver ali, naquele casarão, que aprendi a não desperdiçar, a reciclar, aproveitar tudo e mais um pouquinho, mesmo que aquela coisa não custasse nada.) Mais abaixo ficavam as bananeiras encostadas no muro da Tilinha, a vizinha de cima.


Vo
lto falando mais desse turbérculo nutritivo, mas já deixo uma receita de Pão de Inhame pra você experientar e não perder tempo achando o inhame esquisito, como eu achava.

Pão de Inhame

400 g de inhame cozido
800 g de farinha de trigo
15 g de fermento biológico
1 colher (sopa) cheia de açúcar
1 colher (sobremesa) rasa de sal
1 ovo
150 ml de iogurte integral
100 ml de leite integral morno
1/2 xícara de óleo de canola

Cozinhe o inhame, descasque e pique em pedaços pequenos. Bata no liquidificador, acrescentando cada um dos outros ingrediente aos poucos: o açúcar, o sal, o ovo, o leite, o iogurte, o óleo e por último o fermento.
Despeje essa mistura numa vasilha e vá ajuntando a farinha de trigo peneirada. Siga misturando até a massa ficar lisa. Faça os pães e deixe crescer por aproximadamente uma hora. Pincele com gema de ovo e leve ao forno para assar.


... no próximo post, mais dicas desse esquisitão...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Exposição Cores e Sabores


A exposição Cores e Sabores - Aquarelas na cozinha mineira - é o resultado do encontro da arte de ilustrar com o sabor temperado da cozinha mineira. Os artista desta mostra buscaram retratar a beleza das espécies mais utilizadas na culinária típica mineira, revelando formas e cores que povoam o nosso dia-a-dia e que muitas vezes passam despercebidas a um olhar menos atento.

Nas delicadas técnicas da aquarela e lápis de cor, traduziram livremente seu olhar sobre as espécies.

Quiabo, jiló, pimenta, tomate, abóbora e cebola, laranja e cenoura, alecrim e café... Tudo é encanto.

Sabor colorido que sai da mesa e ganha novos espaços, num encontro que pretende ser o primeiro de muitos outros, afinal, não há limites para esta deliciosa união.

Os artistas aquarelistas têm formação em Artes Plásticas, paisagismos e desing e experiência em ilustração científica e naturalista com espécies da fauna e da flora brasileira.


Nesta exposição reuniram algumas espécies da flora utilizadas na culinária típica ou cotidiana, presentes nas mesas das nossas famílias e dos tradicionais restaurantes mineiros.


de 18 a 29 de agosto de 2010
SESI - Centro Cultural Yves Alves
Rua Direita, 168 - Centro
Tiradentes - MG


As aquarelas expostas estarão à venda!!

sábado, 7 de agosto de 2010

Batata-doce

Existem cerca de 400 variáveis da batata-doce (Ipomoea batatas L.) que podem variar de aparência, aspecto, cor e até ficar com a “cara” da batata a que chamamos de inglesa.

Com base em análise de batatas secas encontradas em cavernas localizadas no vale de Chilca Canyon, no Peru e em escritos arqueológicos encontrados na região ocupada pelos Maias, sabe-se que esse nutritivo tubérculo é originário das Américas Central e do Sul e de seu uso há mais de 10 mil anos.

Cultivada em todo o mundo, hoje a maior produção se dá na Ásia, principalmente na China. No Brasil, há quatro tipos de batata-doce, classificados de acordo com a cor da polpa: batata-branca, (angola ou terra-nova) que tem a polpa bem seca e não muito doce; batata-amarela, parecida com a branca, de sabor mais doce; batata-roxa, com casca e polpa roxas, mais apreciada por seu sabor e aroma agradáveis, sendo ótima para o preparo de doces; e a batata-doce-avermelhada, conhecida no nordeste do Brasil como coração-magoado, tem casca parda e polpa amarela com veios roxos ou avermelhados.

Nutritivo e saboroso, esse tubérculo tem um sabor doce especial. É rico em vitamina C; a variedade roxa tem o betacaroteno que é antiviral, anticancerígena e antioxidante e, convertido pelo organismo em vitamina A, ajuda a combater o câncer. A batata-doce tem também alto teor de vitamina E, essencial para a saúde da pele e sais minerais como Cálcio, Potássio, Fósforo e Ferro, que por sua vez contribuem para a formação dos ossos, dentes e sangue. As fibras desse vegetal, concentradas especialmente na casca, ajudam a baixar o colesterol e melhorar a digestão.

Importante frisar que o antioxidante da casca da batata-doce, independentemente da sua cor, é três vezes mais elevada do que na polpa e suas folhas também são bem nutritivas e podem ser preparadas como qualquer outra verdura de folha.