segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Doce de figo na minha mãe

Atualmente, chega dezembro, minha mãe trata de arrumar, pela vizinhança, figos para fazer doce. No tempo em que eu trabalhava no cartório, havia uma figueira lá em casa que produzia muito.
Então ela tratava sempre de preparar os doces: levava dias, porque ia fazendo aos poucos. Pedia papai para apanhar - a figueira crescia em cima do telhado da garagem - Depois tinha o processo de limpar, fazer a calda, deixar cozinhar...

Depois ela preparava compoteira e vidros esterelizados e levava de presente para os juízes e promotores que serviram em Congonhas.

Até hoje o Dr. Sálvio de Figueiredo Teixeira, ministro do Superior Tribunal de Justiça e grande amigo da minha mãe, ainda ganha uns potes, especialmente preparados. E ele diz que é o néctar dos deuses. Talvez seja exagero dele, mas que esse doce é inesquecível, não há dúvidas.


Minha mãe faz tudo sem medidas, porque depende da quantidade de figos que ela tem, mas não há dúvida: é uma dádiva.

Os ingredientes são só o figo verde, o açúcar e água.

O processo é assim:

Limpar o figo com sal grosso, colocando-os aos poucos, num saco de pano ou plástico (desses de açúcar ou arroz) esfregando-os um a um. Tirar os figos do saco, fazer um corte raso no umbigo (esse corte é só para facilitar a entrada da calda no figo durante o cozimento) e jogá-los numa bacia com água. No caso de mancha mais forte, rapar com uma faca cuidadosamente. Colocar num tacho de cobre, coberto com um pano e levar
para cozinhar. Deixar um pouco, num dia, tirar do fogo e reservar.
Na manhã do outro dia, trocar a água e terminar de cozinhar (até ficar macio, porém, sem quebrar). Fazer uma calda rala, colocar os figos e deixar ferver por um tempo. Tirar do fogo, cobrir e, no outro dia, levar novamente ao fogo. Não deixar a calda engrossar, acrescentando um pouco de água ou mesmo calda, se necessário. Cozinhar até os figos ficarem brilhantes e doces.

Que seu Natal seja doce, mas sem comilança. Seja de paz e fraternidade. Curta todos intensamente!

6 comentários:

  1. Que delícia de história...e com muita água na boca com esse figo em caldas..

    Bom Natal, Rosaly!

    Que 2010 seja fantástico e ainda mais com essas receitas e histórias deliciosas.

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  2. Amiga blogueira
    Que suas festas sejam repletas de todos os cheiros, temperos, delícias e carinhos que permearam nossos blogs o ano todo!
    E que o ano que se inícia possa ser ainda mais repleto de amores-doces, relacionamentos-temperados, cheirinhos-de-criança, carinhos-salpicados e alegrias na cozinha da vida!
    Beijos da Uci

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  3. Que delicia, receita de familia é tudo de bom.

    Vi figo para comprar, mas o pessoal abusou do preço, a caixa estava por R$ 31,00 no Ceasa. Era exploração de natal mesmo...

    Vai cair o preço com certeza.

    Passei aqui para te desejar um feliz 2010

    Beijao Priscila

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  4. Oi Meninas,
    o doce de figo desse ano estava imbatível, como sempre. Priscila, espere baixar de preço e siga esse "manual" da D. Zélia. Depois me conta, tá.
    Que 2010 seja de doces sucessos!

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  5. Ai, ai esse texto lembra um no meu blog que chamei de "As Mottas e as compotas" porque as mulheres da família guardaram desde cedo a tradição dos doces de fruta e dos licores. Descobri teu blog por acaso hoje no Google. Passa para conhecer o meu que é uma parceria saborosa entre Brasil e Portugal. http://saborehistorias.blogspot.com/

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  6. gostei da idéia do sal grosso ,uma dica para a calda penetrar melhor ,faça 3 furos com parafuso antes de iniciar o cozimento,minha familia é mineira de lambari e tnhamos uma fabrica de doces .

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