quarta-feira, 4 de novembro de 2009



...e para fechar meus post sobre a pretinha mais amada do quintal, deixo um fragmento do Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Ambos, representantes puros e legítimos da minha infância:

" No sítio de dona Benta havia vários pés, mas bastava um para que todos se regalassem até enjoar. Justamente naquela semana as jabuticabas tinham chegado "ao ponto" e a menina não fazia outra coisa senão chupar jabuticabas. Volta e meia trepava à árvore, que nem uma macaquinha. Escolhia as mais bonitas, punha-as entre os dentes e tloc! E depois do tloc, uma engolidinha do caldo e pluf! – caroço fora. E tloc, pluf – tloc, pluf, lá passava o dia inteiro na árvore.

As jabuticabas tinham outros fregueses além da menina. Um deles era um leitão muito guloso, que recebera o nome de Rabicó. Assim que via Narizinho trepar à árvore, Rabicó vinha correndo postar-se embaixo à espera dos caroços. Cada vez que soava lá em cima um tloc! seguido de um pluf! ouvia-se cá embaixo um nhoc! do leitão abocanhando qualquer coisa. E a música da jabuticabeira era assim: tloc! pluf! nhoc! – tloc! pluf! nhoc! …"

Monteiro Lobato. Reinações de Narizinho. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1973. p.26

reprodução da capa da 1ª edição do Reinações de Narizinho. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1931.

Um comentário:

  1. Que delícia esse trecho do Monteiro Lobato. Muito bom! Bjus, June

    ResponderExcluir

palpite, comente, deixe sua receita, conte sua história: