Canjica
Minha mãe completa hoje, dia 4 de junho, 77 anos. Normalmente, nesse dia a casa fica cheia de gente: a turma do coral, os parentes, amigos e vizinhos. Vêm abraçá-la, mas também na certeza de comer a melhor canjica da cidade. A canjica ela sempre prepara de véspera, às vezes dois ou tres dias antes, vai cozinhando aos poucos o milho, deixando o tempero para a hora da festa.
Nos anos 60/70/80/90, quando ainda trabalhava no Fórum, no dia 4 levava paneladas de canjica para a turma do trabalho: o pessoal dos cartórios, colegas, advogados, auxiliares da justiça, juízes e promotores faziam fila com prato na mão, enquanto minha mãe picava o queijo miudinho para acompanhar a canjica quente saindo da panela.
E, durante os anos em que foi Promotor de Justiça na cidade, o Dr. José Gregório Marques, o Greg, como a gente respeitosamente o chamava, estava sempre por lá, também comemorando seu aniversário, no dia 1º de junho. Piadista, alegre, muito querido por todos, era sério e respeitado como profissional. De Congonhas, se transferiu para o Rio de Janeiro, depois que foi aprovado para Juiz Federal. No Rio criou os filhos, teve os netos e se aposentou. Nunca perdeu o riso, o jeito alegre e brincalhão de viver!
Esse ano, ele resolveu comemorar o aniversário com a esposa, a Teresa, em Paris, e estava no voo 0447 da Air France. Nunca vou esquecer das brincadeiras, das piadas e das balas erlan que me dava em troco a algumas goiabas que eu apanhava na casa da vovó e levava especialmente para ele, que viera muito moço de Itambacuri e claro, sendo de família grande, tinha que dividir goiabas com os 15 irmãos.
Você deixa saudades, Dr. Greg, muitas!
A receita da canjica, que também está no Quitandas de Minas, minha mãe dá, sem medida certa:
½ kg de milho branco de canjica
Açúcar
Leite
Chocolate em pó
Amendoim moído
Sal
Canela em pau
Queijo minas fresco pra acompanhar
Modo de fazer:
Lavar o milho e cozinhar em panela de pressão até ficar bem macio. Tirar o caldo restante. Reserva os grãos cosidos. Quando for temperar, bater um pouco dos grãos no liquidificador para engrossar o caldo. Numa panela grande juntar a canjica cozida e o leite. Acrescentar o açúcar, o chocolate em pó, o amendoim e a canela em pau e deixar ferver até engrossar. Servir em prato fundo acompanhado do bom queijo-de-minas, fresco, picado em quadradinhos.
num é que fica bom mesmo...
ResponderExcluirpuxa.... achei que não fosse conhecer ninguém que conhecia alguém do avião....... que tristeza.
ResponderExcluirtsc... só Deus pra consolar... só!
sobre a canjica...
nunca fui chegada em canjica, algumas vezes em alguns anos a vó até fazia para mim com MUITO leite condensado... mas era só umas 4 colheradas e largava de lado, até que ano passado em uma festa da igreja nós fizemos "festa do milho" e uma senhorinha fez uma canjica deste tipo aí... (sem queijo)... nunca comi tanto na minha vida, foi amor a primeira colherada.
rs
soube que meu livro foi despachado hoje.
UEBA!
bom final de semana Rô!
=)
bjokas
Adoro canjica! Já tô com a minha no fogo, pra aproveitar o friozinho debaixo da coberta...
ResponderExcluirBoa homenagem ao promotor amigo da família.
um beiju grande pra sua mãe pelo niver.
bjus pra vc, June
Nossa que delicia! Essas coisas dao saudades e remetem ao passado tao distante.
ResponderExcluirRosaly adorei chegar ate seu blog, cheio de delicias que me trazem de volta a infancia passada em MG. Agora tao longe dai, eh bom ver coisas tao familiares.
Beijo
Em bolivia se chama tujure ou tojori dependendo da região.
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