quinta-feira, 4 de junho de 2009

a canjica da minha mãe

Canjica

Minha mãe completa hoje, dia 4 de junho, 77 anos. Normalmente, nesse dia a casa fica cheia de gente: a turma do coral, os parentes, amigos e vizinhos. Vêm abraçá-la, mas também na certeza de comer a melhor canjica da cidade. A canjica ela sempre prepara de véspera, às vezes dois ou tres dias antes, vai cozinhando aos poucos o milho, deixando o tempero para a hora da festa.

Nos anos 60/70/80/90, quando ainda trabalhava no Fórum, no dia 4 levava paneladas de canjica para a turma do trabalho: o pessoal dos cartórios, colegas, advogados, auxiliares da justiça, juízes e promotores faziam fila com prato na mão, enquanto minha mãe picava o queijo miudinho para acompanhar a canjica quente saindo da panela.

E, durante os anos em que foi Promotor de Justiça na cidade, o Dr. José Gregório Marques, o Greg, como a gente respeitosamente o chamava, estava sempre por lá, também comemorando seu aniversário, no dia 1º de junho. Piadista, alegre, muito querido por todos, era sério e respeitado como profissional. De Congonhas, se transferiu para o Rio de Janeiro, depois que foi aprovado para Juiz Federal. No Rio criou os filhos, teve os netos e se aposentou. Nunca perdeu o riso, o jeito alegre e brincalhão de viver!

Esse ano, ele resolveu comemorar o aniversário com a esposa, a Teresa, em Paris, e estava no voo 0447 da Air France. Nunca vou esquecer das brincadeiras, das piadas e das balas erlan que me dava em troco a algumas goiabas que eu apanhava na casa da vovó e levava especialmente para ele, que viera muito moço de Itambacuri e claro, sendo de família grande, tinha que dividir goiabas com os 15 irmãos.

Você deixa saudades, Dr. Greg, muitas!

A receita da canjica, que também está no Quitandas de Minas, minha mãe dá, sem medida certa:


½ kg de milho branco de canjica
Açúcar
Leite
Chocolate em pó
Amendoim moído
Sal
Canela em pau
Queijo minas fresco pra acompanhar


Modo de fazer:

Lavar o milho e cozinhar em panela de pressão até ficar bem macio. Tirar o caldo restante. Reserva os grãos cosidos. Quando for temperar, bater um pouco dos grãos no liquidificador para engrossar o caldo. Numa panela grande juntar a canjica cozida e o leite. Acrescentar o açúcar, o chocolate em pó, o amendoim e a canela em pau e deixar ferver até engrossar. Servir em prato fundo acompanhado do bom queijo-de-minas, fresco, picado em quadradinhos.

5 comentários:

  1. num é que fica bom mesmo...

    ResponderExcluir
  2. puxa.... achei que não fosse conhecer ninguém que conhecia alguém do avião....... que tristeza.
    tsc... só Deus pra consolar... só!

    sobre a canjica...
    nunca fui chegada em canjica, algumas vezes em alguns anos a vó até fazia para mim com MUITO leite condensado... mas era só umas 4 colheradas e largava de lado, até que ano passado em uma festa da igreja nós fizemos "festa do milho" e uma senhorinha fez uma canjica deste tipo aí... (sem queijo)... nunca comi tanto na minha vida, foi amor a primeira colherada.
    rs

    soube que meu livro foi despachado hoje.
    UEBA!

    bom final de semana Rô!
    =)
    bjokas

    ResponderExcluir
  3. Adoro canjica! Já tô com a minha no fogo, pra aproveitar o friozinho debaixo da coberta...
    Boa homenagem ao promotor amigo da família.
    um beiju grande pra sua mãe pelo niver.
    bjus pra vc, June

    ResponderExcluir
  4. Nossa que delicia! Essas coisas dao saudades e remetem ao passado tao distante.
    Rosaly adorei chegar ate seu blog, cheio de delicias que me trazem de volta a infancia passada em MG. Agora tao longe dai, eh bom ver coisas tao familiares.

    Beijo

    ResponderExcluir
  5. Em bolivia se chama tujure ou tojori dependendo da região.

    ResponderExcluir

palpite, comente, deixe sua receita, conte sua história: