sábado, 16 de janeiro de 2010

Pérolas Divinas


Tia Cecy era irmã da minha vó Naná.

Morava com a gente naquele casarão onde passei minha infância, mas adorava viajar. Visitava as primas e sobrinhas espalhadas pelos recantos de Minas, Rio e São Paulo. Vinda da fazenda Bela Vista, onde nasceu minha mãe, ela sempre contava muitos casos da roça, e dos seus namorados. Era bem namoradeira a Tia Cecy!

Vaidosa, tinha uma penteadeira cheia de perfumes, broches, brincos, laquês e um guarda roupa impecável: mantinha tudo arrumadinho e cheiroso.

Para mim, ela era a tia doceira, apesar de não poder provar nada, porque era diabética. Apesar disso, uma das imagens que guardo dela é mexendo um tacho (ou seria caldeirão??) na coberta, como chamávamos. A coberta era uma extensão da cozinha. Lá ficava um forno a lenha e o fogão especial para o maior tacho de doces da casa, além de ser ocupado também pela oficina dos artistas da casa... depois eu conto sobre isso aqui neste blog.

Cuidadosa sempre, também a Tia Cecy tinha um caderno de receitas e foi dali que tirei a receita dessas Pérolas Divinas que também está no Quitandas de Minas, receitas de família e histórias. E a receita estava datada: 15-02-1935.

Os ingredientes são:
3 xícaras de farinha de trigo
1 colher (sopa) de fermento biológico
½ xícara de açúcar
2 ovos
1 colher (sopa) de manteiga
Casquinhas de um limão
1 colherinha (chá) de sal.

E para fazer, é assim:

Misturar o açúcar com a manteiga até a massa ficar bem clara. Bater separadamente as claras, juntando-se em seguida as gemas. Por último, adicionar a farinha peneirada com o fermento, formando a massa na consistência de enrolar bolinhas. Fritar e polvilhar com açúcar e canela.


Tia Cecy deixa muitas saudades e uma lembrança bem doce!

2 comentários:

  1. Nunca me esqueci da pessegada que ela fazia, verdinha e macia de cortar. Ela colocava em caixotinhos de madeira com tampa de correr.
    Gostava de fazer compotas e tambem bordava como ninguem. Seu ponto Paris era famoso e tudo que fazia era perfeito.
    Elisa

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  2. Elisa, em outro post falo dos doces de pêssego da Tia Cecy... que saudade!

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