Mas o que quero contar é da minha infância nesse casarão maravilhoso:

Passei toda a minha infância na casa da minha avó materna, rodeada de tias e tios num velho casarão do final do século XIX (alguns dizem ser do século XVIII). Meu avô veio morar ali logo depois que se casou, por volta de 1932. Suas duas primeiras filhas (minha mãe e minha tia Imene) nasceram na fazenda Bela Vista, em Entre Rios de Minas, onde só se comprava sal, querosene e tecido. Fiquei sabendo que elas nasceram na fazenda porque ambas chegaram em épocas de férias, para onde ia minha avó, que era professora quando não estava travalhando.

A cozinha principal era grande: havia uma pia sob uma janela que dava para a horta de couve e um fogão a lenha que deixava as paredes (pelo menos aquelas ali mais perto) pretas. Lembro de ouvir minha avó reclamar do fogão e mandar refazê-lo muitas vezes por causa da fumaça que escurecia as paredes. No centro, uma mesa quadrada grande e num canto, o armário, alto, onde se guardavam os condimentos, as farinhas, os tachos e as panelas. Um quartinho ao lado da cozinha era a despensa, onde ficavam o milho para as galinhas, os ovos colhidos, as latas de biscoitos, as caixas de doces e as réstias de alho.
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No próximo post falo das demais dependências da casa, do quintal, da horta de couve, do galinheiro... volte você também.
As fotos do arquivo da família- casamento dos meus avós, em 1931.
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