quarta-feira, 29 de junho de 2011

Pão de queijo com abóbora

De acordo com a socióloga Mônica Chaves Abdala, o pão de queijo mineiro deve ter sido "inventado" lá pelos meados do século XIX e, a partir dai, passou a ser produzido e consumido regularmente, o que o tornou uma das quitandas típicas do estado, transformando Minas Gerais na "república do pão de queijo" quando o mineiro Itamar Franco assumiu a presidência da República em 1992.

Como dizia o diplomata Guimarães Rosa "Minas Gerais são várias. São pelo menos, várias Minas".

Seguindo essa prosa de muitas e variadas, de renovação permanente e, porque mineiro também é vanguarda, andando por aqui, sempre se acha novidades. Foi numa dessas andanças que encontrei mais uma receita do nosso famoso e já internacional pão de queijo, versão renovada com abóbora, essa maravilha que se encontra facilmente durante quase todo o ano. Certeza de boa combinação, segue a receita para que seja experimentada:


4 copos de polvilho doce
1 copo de óleo
1 copo de leite
1 copo de água
1 copo e meio de queijo minas curado ralado
150g de abóbora cozida e amassada
7 ovos

Levar ao fogo o óleo, o leite e a água até levantar fervura. Despejar essa mistura sobre o polvilho em uma vasilha. Misturar tudo. Acrsecentar a abóbora, os ovos e o queijo ralado. Continuar mexendo até amornar a massa. Com as mãos, amassar bem até o ponto de enrolar. Untar as mãos e fazer as bolinhas. Colocar no tabuleiro untado e levar para assar em tabuleiro médio pré-aquecido.



segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sonhos da Vovó


Quando estava fazendo o Quitandas de Minas, procurando as quitandas nos cadernos da Dinha Lete - claro que o caderno dela tem muito mais receitas, com letras de todo mundo, já que ela ficava mais por conta das panelas que das letras -, encontrei essa receita numa folha solta.

No verso da receita o que vi foi uma prova de latim,
datada de março de 1959, da tia Áurea, menina na época. Nem imagino que ano de escola ela poderia estar. Acho que no dia dessa prova, minha mãe ainda não tinha ideia que eu já estava a caminho, mas já estava! Minha avó só tinha um neto e seguramente queria uma neta, pra fazer um par, como eles costumavam dizer. Talvez tenha sido esse o "sonhos da vovó" e como esse sonho, ou bolinho é muito apreciado nos dias de chuva, também recebe o nome de Bolinhos de chuva, delícia também presente nas citações de Monteiro Lobato.

Segue a receita, espero que você goste!

Sonhos da Vovó

3 ovos
3 xícaras de farinha de trigo
1 pitada de sal
Leite na quantidade suficiente para dar consistência mole
1 colher (sobremesa) de fermento em pó
2 colheres (sopa) de açúcar.

Modo de fazer:

Bater as claras em neve. Juntar o sal, a farinha, o fermento, o açúcar e as gemas, uma a uma, misturando um pouco de leite. Depois de tudo batido, fritar as colheradas, em óleo bem quente, virando sempre até ficarem bem coradinhas. Passar em açúcar refinado com canela e servir ainda quente, de preferência acompanhado de um bom chá ou de um café passado na hora!


E se tiver chovendo, fica completo. É só prolongar a prosa enquanto a chuva não pára! Se a tarde estiver frita, serve pra acompanhar um café feito na hora.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Bolo ! O bolo


Você que acompanha esse blog já percebeu que sou adepta de produtos naturais, colhidos no quintal, e seus derivados: doces, bolos, biscoitos, cremes, mingaus, geleias... tudo feito em casa, com aquele ingrediente especial e variável que é a SUA maneira de preparar a receita, a partir das receitas que recuperei nos cadernos de família, receitas de mais de 100 anos!

Pois bem! Também sou uma pessoa dada aos livros, gosto de poesia, contos, crônicas ... Lendo o livro Meio intectual, meio de esquerda. de Antônio Prata, encontrei essa crônica, já publicada na net, que de uma maneira muito bem humorada explica o por quê da existência do Quitandas de Minas (livro e blog). O livro do Antônio Prata reúne outras crônicas hilárias. Vale a pena buscar o livro e se deliciar!



" Time is honey!

Poucas coisas neste mundo são mais tristes do que um bolo industrializado. Ali no supermercado, diante da embalagem plástica histericamente colorida, suspiro e penso: estamos perdidos. Bolo industrializado é como amor de prostituta, feliz natal de caixa automático, bom dia da Blockbuster. É um antibolo.

Não discuto aqui o gosto, a textura, a qualidade ou abundância do recheio de baunilha, chocolate ou qualquer outro sabor. (O capitalismo, quando se mete a fazer alguma coisa, faz muito bem feito).

O problema não é de paladar, meu caro, é uma questão de princípios. Acredito que o mercado de fato melhore muitas coisas. Podem privatizar a telefonia, as estradas, as siderúrgicas. Mas não toquem no bolo! Ele não precisa de eficiência. Ele é o exemplo, talvez anacrônico, de um tempo que não é dinheiro. Um tempo íntimo, vagaroso, inútil, em que um momento pode ser vivido no presente, pelo que ele tem ali, e não como meio para, com o objetivo de.

Engana-se quem pensa que o bolo é um alimento. Nada disso. Alimento é carboidrato, é proteína, é vitamina, é o que a gente come para continuar em pé, para ir trabalhar e pagar as contas.

Bolo não. É uma demonstração de carinho de uma pessoa a outra. É um mimo de avó. Um acontecimento inesperado que irrompe no meio da tarde, alardeando seu cheiro do forno para a casa, da casa para a rua e da rua para o mundo.

É o que a gente come só para matar a vontade, para ficar feliz, é um elogio ao supérfluo, à graça, à alegria de estarmos vivos. A minha geração talvez seja a primeira que pôde crescer e tornar-se adulto sem saber fritar um bife. O mercado (tanto com m maiúsculo como minúsculo) nos oferece saladas lavadas, pratos congelados, comida desidratada, self-services e deliverys. Cortar, refogar, assar e fritar são verbos pretéritos.

Se você acha que é tudo bem, o problema é seu. Eu vou espernear o quanto puder. Se entregarmos até o bolo aos códigos de barras, estaremos abrindo mão de vez da autonomia, da liberdade, do que temos de mais profundamente humano. Porque o próximo passo será privatizar as avós, estatizar a poesia, plastificar o amor, desidratar o mar e diagramar as nuvens. Tô fora."


falô e disse Antônio... Ainda vou tomar um café na sua casa, mas o bolo eu faço e levo, com prazer! Pode ser?
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Importante dizer: O bolo de cenoura da foto foi feito pela minha irmã das cenouras colhidas no sítio da minha mãe, que ela mesma plantou. A foto é de Pacelli Ribeiro, especialmente para o Quitandas de Minas, receitas de família e histórias, publicado pela Autêntica Editora.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Torta de cebola


Começo já falando, não sei se essa torta pode ser considerada uma quintanda, já que o café não é seu melhor acompanhante, mas achei essa receita, resolvi fazer e constatei que é uma delícia, então, compartilho com você, lembrando todas as boas propriedades nutritivas da cebola. Foi o prato principal do meu almoço. No mais completei com salada e pasta de grão de bico.
Ficou divino!


Torta de cebola

1 ovo
1/2 xícara de óleo
3/4 de xícara de leite
1 pitada de sal
1 colher (chá) de açúcar
1 cebola grande e mais 1/2 unidade para colocar em cima do pão (usei 2 médias)
1 colher (sopa) de fermento em pó
2 e ½ xícaras (chá) de farinha de trigo
50g de queijo parmesão ralado
Orégano, sal e pimenta do reino a gosto

Descascar as cebolas e cortar em fatias finas e pequenas. Reservar.

Numa vasilha, peneirar a farinha de trigo, o fermento, o sal, o açúcar e metade do queijo. Misturar bem. Acrescente a cebola picada miúda, o óleo, o leite e o ovo. Misturar tudo. Se achar que a massa ficou muito seca, acrescentar um pouco mais de leite. Despejar numa forma untada e polvilhada. Cobrir a massa com cebola fatiada. Polvilhar orégano, pimenta do reino, queijo ralado e regar com azeite. Levar para assar em forno pré-aquecido a 180º C , por aproximandamente 40 a 45 minutos ou até que as cebolas fiquem douradas. Espere esfriar um pouco, desenforme e sirva morno ou frio cortado em fatias grossas.